10 de agosto de 2008

wild is the wind

E proibiram amar. Muitos fitaram o ar, perderam a luz nos olhos e continuaram a caminhar, perdendo as cores a cada passo. A multidão tornou a cidade mais cinza. O vento frio levou suas almas.

Alguns prosseguiram, como se nada tivesse acontecido; o amor dentro deles já havia morrido há muito tempo. Talvez uma tragédia, talvez a negação, talvez a falta.

Ela olhou nos olhos dele. Ele olhos nos olhos dela. A água nos olhos. A boca seca.

- Andaremos separados, até que possamos nos encontrar. Até que essa loucura toda passe. Até que alguém precise amar novamente. – disse ele.

E andaram. Andaram sem caminho. Andaram sem chão.

Após dias, quilômetros e lágrimas, se encontraram. Se abraçaram e o mundo pareceu mais puro naquele instante. As bocas salivavam por um encontro.

Se encontraram e ela murmurou:

- Adeus. O mundo não é lugar para amantes. Não mais.

- Adeus. – disse ele silenciosamente.

Ele voltou a andar. Andou até perder a alma. Andou até o mar e continuou a andar até que seus pés não fossem mais necessários. A água de seus olhos. A água do mar. A água.

2 comentários:

Aimeê disse...

sempre acho que o que é triste é sempre bonito. coisas felizes são só... felizes. enfim. só não chorei porque não levei o texto 'a sério' (sem ofenças), mas só porque se eu o fizesse, eu choraria. ai, tá, chega haha.
lerei seu bloguezito, doce de leite :)

ps: foi você que escreveu? (com medo)

Flá. disse...

Ô meu Deus, minha filha, meu orgulho. *escreve tão bem* auhauahu

Adorei o texto tokita. Cheio de sentimento, carregado. :)

bjo! te amo!